terça-feira, 11 de maio de 2010

No dia da chegada de Bento XVI a Portugal





«Quase ao fim do século terceiro, encontramos pela primeira vez em Roma, no sarcófago de um menino e no contexto da ressurreição de Lázaro, a figura de Cristo como o verdadeiro filósofo que, numa mão, segura o Evangelho e, na outra, o bastão do viandante, próprio do filósofo. Com este bastão, Ele vence a morte; o Evangelho traz a verdade que os filósofos peregrinos tinham buscado em vão. Nesta imagem, que sucessivamente por um longo período havia de perdurar na arte dos sarcófagos, torna-se evidente aquilo que tanto as pessoas cultas como as simples encontravam em Cristo: Ele diz-nos quem é na realidade o homem e o que ele deve fazer para ser verdadeiramente homem. Ele indica-nos o caminho, e este caminho é a verdade. Ele mesmo é simultaneamente um e outra, sendo por isso também a vida de que todos nós andamos à procura. Ele indica ainda o caminho para além da morte; só quem tem a possibilidade de fazer isto é um verdadeiro mestre de vida. O mesmo se torna visível na imagem do pastor. Tal como sucedia com a representação do filósofo, assim também na figura do pastor a Igreja primitiva podia apelar-se a modelos existentes da arte romana. Nesta, o pastor era, em geral, expressão do sonho de uma vida serena e simples de que as pessoas, na confusão da grande cidade, sentiam saudade. Agora a imagem era lida no âmbito de um novo cenário que lhe conferia um conteúdo mais profundo: « O Senhor é meu pastor, nada me falta [...] Mesmo que atravesse vales sombrios, nenhum mal temerei, porque estais comigo » (Sal 23[22], 1.4). O verdadeiro pastor é Aquele que conhece também o caminho que passa pelo vale da morte; Aquele que, mesmo na estrada da derradeira solidão, onde ninguém me pode acompanhar, caminha comigo servindo-me de guia ao atravessá-la: Ele mesmo percorreu esta estrada, desceu ao reino da morte, venceu-a e voltou para nos acompanhar a nós agora e nos dar a certeza de que, juntamente com Ele, acha-se uma passagem. A certeza de que existe Aquele que, mesmo na morte, me acompanha e com o seu « bastão e o seu cajado me conforta », de modo que « não devo temer nenhum mal » (cf. Sal 23[22],4): esta era a nova « esperança » que surgia na vida dos crentes.»


Bento XVI, Encíclica Spe Salvi, 2007

O Inferno

segunda-feira, 10 de maio de 2010

E o resultado foi este...


(a partir das capas dos 'desportivos' de hoje)

O vulcão despertou...


terça-feira, 4 de maio de 2010

O Cantinho do Hooligan

O clima de guerra instalado a propósito de um jogo de futebol deve merecer o repúdio de todos. Contudo, as declarações irresponsáveis de oficiais da Polícia de Segurança Pública, ignorando o ataque bárbaro em plena auto-estrada a um autocarro e aos carros da própria força policial que o acompanhavam, mesmo depois de várias repetições na televisão, devem merecer reflexão.
Que significarão? Solidariedade regional ou tentativa de demissão de responsabilidades que, apesar de várias revistas a pente fino no exterior do estádio, permitiram que centenas de bolas de golfe entrassem camufladas num campo de futebol. Isto também demonstra que, ao contrário do que dizem, o golfe não é um desporto de elites...

Tão longe e tão perto

A deputada Inês de Medeiros vem, qual 'virgem ofendida', abdicar da verba que o Estado ( entenda-se, todos nós ), pela mão de Jaime Gama, lhe concedeu. Quem a ouve insinuar, qual Calimero, que é vítima de uma 'opinião pública assassina e demolidora', sempre à espreita dos 'malandros' dos deputados que desbaratam dinheiros públicos, só pode colocar uma questão: será que a Paris não chegam ecos do que se vai passando em Portugal?

Há que esperar com calma...

A notícia do arquivamento do processo colocado por José Sócrates ao cronista João Miguel Tavares por este o ter comparado a Jesus Cristo e a Cicciolina só pode ser recebido com alegria mas sem triunfalismos. Afinal de contas, temos de esperar o resultado dos processos interpostos pelo filho de Maria e pela senhora romena.