sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

...mudam-se as vontades

O antigo ministro das Finanças Campos e Cunha escreve hoje no Público um texto importante sobre o BPN. Uma vez que não tem link (é só para assinantes), deixo aqui algumas passagens:

“O importante é que não podemos somar os dois dinheiros metidos pela Caixa no BPN: como pseudodepositante para garantir a liquidez da banqueta e como garante da sua viabilidade económica. São diferentes as duas situações e só o Governo (ou a Caixa) pode esclarecer o assunto; são duas questões que devem ser respondidas de forma inequívoca.”

“Entregar durante dois anos a gestão do BPN à Caixa é errado. Não se trata de um problema da honestidade das pessoas, trata-se de um problema de confl ito de interesses.”

“Como todos os dias se diz que o BPN vai ser privatizado, todos dentro da instituição (administração incluída) estão sempre à espera de Godot. Ou seja, tudo o que é fundamental fi ca à espera do futuro accionista que nunca aparece. E quem espera desespera. E num banco quem adia perde a dobrar. E perde em cima do que já perdeu no passado. Dentro de meses ninguém conseguirá distinguir totalmente o que foram negócios trafulhas do passado, de um simples malparado que todos os bancos têm tido, de negócios entretanto realizados e que poderão vir a ser igualmente maus para o BPN.”

“Em Espanha, num passado não muito longínquo e numa situação com contornos algo semelhantes, o Estado nacionalizou todo um grupo e mandou a beautiful people para a prisão. Privatizou os cacos rapidamente e arcou com os prejuízos sem delongas. E era um governo socialista, se bem me recordo. Mas España es diferente. E, de facto, é.”

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