sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Mudam-se os tempos...

Miguel Portas, Maio de 2009: O candidato do BE às eleições europeias, Miguel Portas, no final de uma iniciativa de campanha, na Marateca, salientou que ter sido accionista do BPN não é “pecado” e que Cavaco Silva já vendeu as suas acções em 2003, pelo que a “história já é antiga” e não existe qualquer novidade. “É sabido que no BPN, muitas pessoas dos círculos do PSD e na altura do cavaquismo, quando o cavaquismo era Governo, se interessaram por esse banco, mas, também até prova em contrário ainda não é pecado ter sido accionista do BPN, coisa que actualmente o Presidente da República não é”.
Louçã, hoje: O líder do BE, Francisco Louçã, acusou hoje o Presidente da República de ter obtido um “favor” ao receber 147 mil euros por vender as 105.379 acções que detinha no BPN em 2003, depois de as ter comprado a um euro cada.

Jerónimo de Sousa, Maio de 2009: Trata-se de “uma questão do foro privado” de Cavaco Silva, afirmou Jerónimo de Sousa durante uma iniciativa da CDU que está a decorrer em Braga. Para o líder comunista “não há ali qualquer dose de ilegalidade ou de comprometimento no plano da corrupção”, salientando que “há que ter sentido da medida”, pois “foi um negócio privado”.

Definitivamente, esta gente não presta.
O problema da venda das acções que Cavaco detinha no BPN prende-se essencialmente com o lucro que ele conseguiu obter na operação, ainda por cima num curto espaço de tempo. Se em vez de ter ganho dinheiro tivesse perdido, Cavaco estaria agora a ser exaltado pelos seus e ignorado, sobre o tema, pelos adversários. Como é sabido, os portugueses são um povo que mantém, de há muito, o estigma que a Igreja medieval lançou sobre os «juros» e o «lucro» e que o socialismo actualizou, no século XIX, com a condenação das «mais-valias». Em Portugal, quem tem sucesso nos negócios é suspeito e invariavelmente, mais tarde ou mais cedo, investigado. E é também graças a esta mentalidade que o país está falido.

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